Moraes revoga prisão de Pastor Dirlei Paiz após cinco meses detido

O pastor era investigado pelos atos de 8 de janeiro e ficou em prisão preventiva por cinco meses

O pastor e ex-candidato a vereador Dirlei Paiz (PL) foi libertado nesta semana após passar cinco meses detido no Presídio Regional de Blumenau, Santa Catarina. A decisão foi proferida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que revogou sua prisão preventiva sob a justificativa de que não havia mais razões para manter a medida cautelar extrema.

Prisão e processo judicial

Dirlei Paiz foi preso pela primeira vez em agosto de 2023 durante a 14ª fase da Operação Lesa Pátria, que investiga a participação de diversos indivíduos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Naquela ocasião, manifestantes invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília. Após sua primeira detenção, Paiz conseguiu um habeas corpus e foi liberado em dezembro do mesmo ano, desde que cumprisse medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de acessar redes sociais.

Entretanto, em agosto de 2024, o diretório do Partido dos Trabalhadores (PT) em Santa Catarina denunciou que ele teria violado essas restrições. O ex-candidato alegou que sua conta havia sido invadida por hackers, mas esse argumento não foi aceito pelo STF. Como resultado, em setembro de 2024, sua prisão foi decretada novamente. Antes de ser localizado e preso, Dirlei chegou a ser considerado foragido.

Após passar cinco meses encarcerado, Moraes determinou sua libertação, argumentando que não havia mais motivos para a manutenção da prisão preventiva.

Defesa comemora decisão

O advogado Jairo Santos, responsável pela defesa de Dirlei Paiz, celebrou a decisão do STF e ressaltou a luta jurídica travada nos últimos meses.

“Desde o início, asseguramos que lutaríamos até o fim por um desfecho justo. Hoje, podemos afirmar que essa missão foi cumprida com êxito”, afirmou Santos.

O advogado destacou ainda que Paiz não possui condenações criminais e que seus direitos civis, administrativos e eleitorais foram integralmente preservados. Dessa forma, ele poderá disputar cargos públicos futuramente, caso tenha interesse em ingressar novamente na política.

“Ele está completamente livre, sem qualquer pendência judicial, podendo exercer plenamente seus direitos”, acrescentou.

Atuação política e religiosa

Além de sua liderança religiosa, Dirlei Paiz também esteve envolvido no cenário político local. Ele ocupava um cargo comissionado na Câmara de Vereadores de Blumenau, atuando no gabinete do vereador Almir Vieira (PP). Durante as eleições municipais de 2020, tentou se eleger vereador pelo Patriota, mas recebeu apenas 522 votos e não obteve sucesso. Em 2024, voltou a disputar uma vaga no Legislativo e teria utilizado sua prisão como um dos temas centrais de sua campanha.

Nas redes sociais, Paiz sempre demonstrou posicionamentos políticos firmes, com apoio declarado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e críticas ao atual governo. Após as eleições de 2022, ele participou ativamente de manifestações em frente ao 23º Batalhão de Infantaria, no bairro Garcia, em Blumenau.

Apesar de se apresentar como pastor da Assembleia de Deus Missões, registros indicam que a Convenção das Assembleias de Deus de Santa Catarina e Sudoeste do Paraná negou qualquer vínculo oficial com ele no momento de sua primeira detenção.

Perspectivas futuras

Com sua liberdade restabelecida, Dirlei Paiz poderá retomar suas atividades religiosas e políticas. Até o momento, ele ainda não se manifestou publicamente sobre a decisão do STF. No entanto, seu histórico de atuação sugere que ele continuará sendo uma voz ativa tanto no meio evangélico quanto no cenário político local.

O caso de Paiz reflete o desdobramento das investigações sobre os atos de 8 de janeiro e reacende o debate sobre a aplicação da Justiça em processos relacionados àqueles eventos. Enquanto seus apoiadores celebram a decisão como uma vitória da liberdade de expressão, críticos apontam que o Judiciário tem sido brando com algumas figuras envolvidas nos acontecimentos.

Agora, resta acompanhar os próximos passos do pastor e seu posicionamento diante dos desafios que virão.

Pedro Yamamoto https://jesustube.com.br

Sou redator especializado em Notícias Cristãs e Cristianismo, com formação em Teologia. Minha missão é informar e inspirar, trazendo conteúdos relevantes sobre fé, igreja e acontecimentos do mundo sob uma perspectiva cristã. Escrevo com responsabilidade e compromisso, buscando edificar leitores e fortalecer a caminhada espiritual de cada um.

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