A Igreja Lagoinha, que por décadas foi considerada uma referência no meio evangélico brasileiro, agora se encontra no centro de uma polêmica. Líderes cristãos influentes, como Caio Fábio, Gustavo Bessa e Sezar Cavalcante, têm feito críticas severas à nova direção da igreja, especialmente sob a liderança de André Valadão. As acusações envolvem desde o suposto exagero na pregação da teologia da prosperidade até práticas questionáveis dentro dos cultos, levantando um importante questionamento: a Lagoinha estaria se tornando uma nova IURD?
O Novo Rumo da Lagoinha e as Acusações de Ostentação
Nos últimos anos, a Lagoinha passou por uma transformação significativa. Fundada pelo pastor Márcio Valadão, a igreja cresceu exponencialmente, alcançando status internacional e sendo reconhecida pelo seu louvor e pelo impacto espiritual que gerava. No entanto, sob a nova liderança de André Valadão, muitos crentes passaram a questionar os rumos que a denominação tem tomado.
As críticas mais contundentes giram em torno da ostentação de líderes e da crescente associação da igreja com a teologia da prosperidade. Práticas como a comercialização de produtos dentro dos cultos, o uso de técnicas de coaching para motivar os fiéis e até mesmo leilões realizados no altar geraram grande repercussão e revolta entre os crentes mais conservadores.
Críticas de Caio Fábio: “A Lagoinha virou um show de entretenimento”
Em uma entrevista ao RedCast, o teólogo e escritor Caio Fábio não poupou críticas a André Valadão e à atual gestão da Lagoinha. Segundo ele, a igreja perdeu sua essência, transformando-se em um grande espetáculo de entretenimento religioso. “A Lagoinha virou um negócio horroroso, uma franquia da fé, onde o culto é uma ostentação brega de gente complexada que nunca teve nada”, disparou Caio Fábio.
Ele também criticou o fato de que, na atual Lagoinha, a fé parece estar subordinada ao luxo e à busca desenfreada por bens materiais, distanciando-se do verdadeiro Evangelho de Cristo. Para ele, a comercialização da fé e a necessidade constante de impressionar os fiéis com eventos extravagantes representam um desvio claro dos princípios bíblicos.
Gustavo Bessa: “A Lagoinha se assemelha à Igreja Universal”
Outro nome de peso que manifestou sua preocupação foi o pastor Gustavo Bessa, esposo da cantora Ana Paula Valadão. Em suas redes sociais, Bessa fez comentários que muitos interpretaram como uma crítica direta à Lagoinha. Ele apontou semelhanças entre a abordagem da igreja e a teologia da Igreja Universal do Reino de Deus, que associa bênçãos divinas à conquista de riqueza material.
Segundo Bessa, essa abordagem cria um entendimento equivocado de que a prosperidade financeira é um indicativo direto da graça de Deus, o que contraria as Escrituras e pode gerar frustração naqueles que enfrentam dificuldades econômicas.
Sezar Cavalcante: “Isso não é culto”
O pastor e teólogo Sezar Cavalcante também fez duras críticas a André Valadão e à Lagoinha Global. O estopim de sua indignação foi um evento no qual o pastor André Fernandes realizou um leilão dentro do culto. Para Cavalcante, essa prática é inaceitável e descaracteriza totalmente o conceito de um culto a Deus. “Isso não é culto! Pegar o dinheiro de uma viúva que doa com fé e usá-lo para comprar um Rolex é um abuso”, afirmou o pastor.
Ele também alertou sobre o perigo de se usar ofertas e dízimos para enriquecimento pessoal de líderes religiosos, apontando que a verdadeira fé cristã deve se basear na humildade e no amor ao próximo, e não na busca pelo luxo e status.
Qual o Futuro da Lagoinha?
Diante dessas críticas contundentes, surge um questionamento inevitável: qual o futuro da Igreja Lagoinha? Para muitos, o atual rumo da denominação aponta para uma institucionalização do Evangelho baseada no marketing religioso e no culto à prosperidade. Outros defendem que as mudanças fazem parte de uma adaptação necessária aos novos tempos.
O fato é que a Lagoinha se encontra em um momento decisivo. Se continuar seguindo esse caminho, poderá perder credibilidade entre os cristãos mais conservadores. Por outro lado, pode atrair um público que busca uma abordagem mais “moderna” da fé.
E você, o que acha dessa polêmica? Deixe seu comentário e participe desse debate que está sacudindo o mundo evangélico!