Nos últimos dias, um novo capítulo veio à tona no escândalo envolvendo a renúncia de Denise Seixas à presidência da Igreja Bola de Neve. Um áudio vazado trouxe à luz detalhes chocantes que incluem ameaças de morte, traição e um acordo financeiro controverso, que a própria Denise chamou de “dinheiro maldito”. Agora, uma ex-pastora da denominação rompeu o silêncio e revelou uma realidade ainda mais sombria sobre os bastidores da igreja.
O áudio que chocou a comunidade cristã
A gravação que veio à tona, onde Denise teria justificado sua decisão de pedir renúncia à presidência da Bola de Neve, retrata uma conversa entre Denise Seixas e Márcio Bieda. Nos áudios, Denise, a ex-presidente da igreja relata ter sofrido agressões físicas, sido traída pelo apóstolo Rina e, ainda mais grave, recebido ameaças de morte por parte de membros da própria instituição. O áudio também revela que Denise aceitou um acordo financeiro para deixar o cargo, mas que considera essa quantia um “dinheiro maldito” e pretende devolvê-lo enquanto busca uma nova oportunidade profissional. Entretanto, essa renúncia bem como suas declarações nos áudios, foram decepcionantes para os que lutaram pela causa de Denise.
Repercussão e novas denúncias
O caso tomou proporções ainda maiores após o pronunciamento de uma ex-pastora da Bola de Neve, que gravou um vídeo expressando sua indignação com os recentes acontecimentos. Desapontada com a renúncia de Denise, ela informa que ex-presidente não foi a única a sofrer represálias dentro da denominação. A ex-líder religiosa denunciou que diversos pastores, missionários e membros foram perseguidos, afastados ou até mesmo expulsos da igreja por manifestarem apoio a Denise.
A ex-pastora da Bola de Neve voltou a fazer declarações contundentes sobre sua experiência na igreja e as práticas da liderança, revelando aspectos que, segundo ela, foram negligenciados ao longo dos anos. Em um novo vídeo, ela critica duramente a pastora Denise pela falta de responsabilidade e a ausência de apoio aos que dedicaram suas vidas à instituição a apoiá-la.
“Pastora, essa culpa você não assume”, afirmou, referindo-se à líder da igreja. Ela destacou que, no tempo em que poderia ter agido, Denise não se posicionou, não buscou isentar processos, não restituiu pessoas e famílias afetadas. “Você não agradeceu seus filhos e todos aqueles que estiveram ao seu lado, tidos por loucos, hereges”, disse, reforçando a sensação de abandono vivida por muitos ex-integrantes.
Em seu relato, a ex-pastora mencionou as dificuldades financeiras enfrentadas por aqueles que abriram mão de tudo para defender pessoas que estivessem sofrendo injustiças dentro da instituição, em especial, a própria pastora Denise. “Você diz que quem paga a escola do seu filho é você. A minha é o Estado. Quem paga o meu tratamento é a Unicamp, porque abrimos mão de tudo”, revelou, expondo o contraste entre a realidade de líderes como ela, com bons recursos financeiros e a de outros que serviram a igreja.
“Mas essa culpa você não assume. Claro, a culpa é dada para os outros, não pelas suas atitudes, porque você é uma profeta e os seus sonhos te justificam”, ironizou, criticando a falta de responsabilização.
A ex-pastora comparou a situação a Jonas na Bíblia, questionando a ideia de que Denise estaria isenta da necessidade de agir. “Assim como Jonas foi totalmente isentado da necessidade dele de agir, é assim que funcionou a Bíblia inteira? Todo mundo sendo isentado da necessidade de agir com muitos sonhos?”, provocou.
Ela também abordou a situação de missionários enviados pela igreja para a Europa, que foram posteriormente expulsos da igreja e deixados à própria sorte. “Ficaram lá, nunca foram deportados, mas foram expulsos da igreja por defender você e sua causa. Mas não tiveram direito ao repatriamento. Estamos nos virando, estamos sobrevivendo, nunca restituídos”, lamentou.
Apesar de todas as dificuldades, a ex-pastora afirmou que encontrou paz longe da instituição. “Graças a Deus, isso jamais nos importou. O que nos importa é que somos felizes, temos paz e sofremos o dano. Deitamos a cabeça no travesseiro”, finalizou, reiterando que a líder da igreja não assume a responsabilidade pelos danos causados.
O futuro da Igreja Bola de Neve
Com a divulgação desses áudios e depoimentos, cresce a pressão sobre a liderança da igreja para que se posicione de forma transparente diante das graves acusações. Até o momento, não houve uma resposta oficial por parte do apóstolo Rina ou de outros membros da alta cúpula da denominação.
O escândalo levanta questões sobre a governança interna da Bola de Neve e como situações como essa afetam a credibilidade da igreja diante de seus fiéis e da comunidade cristã como um todo. Fica a dúvida: haverá uma reforma interna ou o silenciamento continuará sendo a estratégia adotada?
Conclusão
As revelações em torno da renúncia de Denise Seixas abalaram a estrutura da Igreja Bola de Neve e trouxeram à tona um debate maior sobre transparência, liderança espiritual e condutas dentro de instituições religiosas. Enquanto novas informações não são divulgadas, a comunidade cristã segue atenta e questiona: qual será o próximo capítulo dessa história?